[en] [es] [pt]

lista projectos

<< >>

 

 

 

lista projectos

<< >>

 
 

Quinta da Gruta
Renovação do Palacete
Castêlo, Maia
1999-2001

A intervenção no espaço e no edifício da Quinta da Gruta não é uma recuperação, muito menos uma operação de restauro. Mais do que uma simples reabilitação, trata-se de uma reconversão em que foi necessário excluir, recolocar e redefinir, como forma de apagar as marcas das sucessivas intervenções que, ao longo do tempo se foram sobrepondo sem, qualquer nexo e sem qualquer relação entre si.
É com este pressuposto que toda a acção projectual se concentra numa quase “arqueologia” do lugar, não como modo de lhe restituir um passado mas, pelo contrário, no sentido de lhe reconhecer a essência, de lhe redescobrir as relações para com elas e a partir delas se estabelecer uma matriz conceptual capaz de o converter em “matéria” para outros espaços e outros edifícios.
Não são as partes de que é feita a Quinta aquilo que aqui é relevante, mas sim o sentido que as une e a importância relativa que mantêm entre si – tudo se deve reconfigurar num todo uno e indivisível, em que edifício e jardim se convertam numa entidade única.
Isto porque, e como sempre, a transformação só verdadeiramente acontece, mesmo quando é violenta, quando não provoca rupturas, interrupções ou hiatos, e quando é capaz de se expressar em continuidades.
Transformar significa, neste caso, ter a capacidade de gerar mais atrás, de recuar até à origem para encontrar fundamentos, motivos, para que tudo se possa estabelecer na sequência de uma memória.
Memória que aqui interessa enquanto afirmação de uma contemporaneidade e também como sinal inequívoco da ligação entre passado e presente.
Para além disto, existe um belo jardim com árvores de porte significativo e até raras... uma surpresa.